O que é o Tarot? É difícil traduzir esse esquema em poucas palavras.
Aprendi que cada arcano fala de um ensinamento e de uma prática para chegar a iluminação. E o diálogo com os arcanos é como conversar com um mestre, que guarda em si uma sabedoria. Para alcançar essa sabedoria, esse mestre exige de nós um esforço diligente. Buscar o ensinamento que um arcano nos oferece é realmente beber da sabedoria de um mestre, e aí não importa se você acredita que o arcano em si é o mestre ou foi um mestre que criou o Tarot. Ali estão símbolos, cores, números, arquétipos e mitos, pistas para que nós possamos acessar nosso interior, e nos comunicar com nossa alma.
Os arcanos contém uma história antiga. Eles ensinam que é através da sabedoria milenar (que eles guardam e refletem), que podemos olhar e entender o presente, sem cair nas armadilhas de um mundo caótico e onde os valores vão ficando confusos e pode tornar-se difícil distinguir o bem do mal, a verdade da mentira.
Esse esquema nos ensina que é reconhecendo o ensinamento deixado pela sabedoria, pelos antigos, pelos mestres que acessavam e conversavam com o céu, que podemos entender quem nós somos e o que estamos fazendo aqui. Um ensinamento que nunca é dado de mão beijada, ou está colocado de forma apenas literal. O literal é só a camada mais superficial dos eventos que nos acontecem… Minha mestra, Saat Maet, me ensina que para entender a verdade é preciso chegar a essência, e a essência nunca está na superfície. Assim vamos sendo obrigados a mergulhar dentro de nós mesmos encontrando o ouro interior. O ouro é uma analogia com a alma. A Alma em toda a sua dimensão de pureza, luminosidade, beleza e bondade. Esse é o ouro que realmente importa.
Devemos mergulhar em nós e nos eventos, buscando a essência de quem nós somos e do que nos acontece. Devemos mergulhar no Tarot, na sabedoria, nos livros sagrados, em busca da essência que eles guardam. Assim, meditar com o Tarot é olhar para o arcano do Sol e entender que ali está a humildade e a alegria, trazidas por uma vida em consonância com a verdade, uma vida plenamente consciente. Ali está a oportunidade da conexão da criatura com seu Criador. Meditar com o Tarot é olhar para o arcano do Diabo e ver nele um Sistema onde estamos muitas vezes aprisionados. Um sistema que vai desde o mundo burocrático, com filas, senhas, catálogos e números, onde todos são encerrados em procedimentos, até a nossa escravidão ao dinheiro, onde nos permitimos viver apenas uma vida de fim de semana.
O Tarot nos convida a desvendar o arcano, entender o significado de cada ensinamento que está guardado ali. Esse ensinamento não pode ser acessado pelo desavisado ou distraído, é preciso parar, olhar, ouvir, prestar atenção a si mesmo, silenciar os pensamentos, acalmar sentimentos e buscar ouvir o diálogo entre o arcano e cada um que olha para ele. Nesse sentido, o Tarot funciona como um canal, uma espécie de linha de comunicação entre o mundo visível e o invisível, entre o eu consciente e a alma, entre Deus e o homem. Esse é um dos motivos do Tarot e a Torah serem escritos também como um anagrama (Torá e Tarô).
Meditando com o Tarot III
A partir do dia 17 de agosto, às 15h, o Meditando com o Tarot estará de volta em sua terceira edição. Como nas edições anteriores, serão 6 encontros, sempre aos sábados, para refletir os ensinamentos que o Tarot nos traz.
Em cada encontro será repassada uma meditação da Kabalah referente ao arcano estudado, e, durante o percurso, também serão feitas práticas para acessar o ensinamento proposto. As aulas serão ministradas por mim, Paulo Dantas, e Lúcia Serpa. No total serão abordados 7 arcanos num trajeto possível.
Cada Meditando com o Tarot constrói uma linha específica e conta uma “história” única, desta forma os encontros são independentes e por isso quem não fez as edições anteriores também poderá participar desta nova edição. Também não é preciso saber sobre o tarot, já que o objetivo é fazer uma viagem de autoconhecimento, guiada pelos arcanos maiores do Tarot.
Paulo Dantas