VÊNUS – um equívoco amoroso que nos ensina

O mapa natal indica linhas que tecem os aprendizados e a evolução que viemos realizar nesta vida.
O nosso mapa individual serve como um instrumento de afinação da nossa autopercepção, nos ajuda a escutar o que o Criador está nos dizendo através dos eventos e situações que vivemos. 

Na nossa evolução, o amor é uma experiência fundamental e, segundo a Astrologia, o modo como vivemos essa experiência está simbolizado pela Vênus.

Vênus fala sobre o que amamos, como e em que áreas da vida esse amor é vivido. Fala sobre o que valorizamos, sobre o que nos desperta para uma identificação e um desejo de proximidade. Isto tanto em termos de relações amorosas como em relação ao que nos leva a gostar de algo, apreciá-lo, encontrar nele algum tipo de prazer, de gratificação, de sentimento de unidade e pertencimento.

Quando amamos, nós despertamos para o desejo de unidade, de conexão, de harmonia e beleza. Contrapomos ao instinto, uma busca de qualidade, do que que é bom, belo, justo, verdadeiro.

Nós nos ampliamos, saímos da condição do Eu isolado, para o Eu em relação com um outro – ou com algo – em que encontramos qualidade, e isso é um salto evolutivo.

Nesse sentimento, despertado por algo externo a nós, acordamos a memória de algo sagrado.
Por isso Maria Flávia de Monsaraz diz:

o amor é a primeira intuição do sagrado que é dado ao ser humano sentir

Ele é a memória que a Alma traz do seu estado de unidade e conexão, perdido quando viemos para este plano.

E, assim, quando nos apaixonamos estamos buscando retornar, com e através de um outro, a esse estado de unidade e conexão. E este é o equívoco amoroso, que nos leva a viver confusões, projeções ilusórias de qualidade, carências…

No entanto, esse equívoco também traz a oportunidade de compreender onde de fato vamos encontrar essa unidade e a conexão com a memória da alma: em nós mesmos.

Assim, a experiência do amor nos amplia.
Nos faz lembrar de uma unidade perdida, nos faz sentir a Alma e sua memória de unidade. 

Com ela nos projetamos, nos decepcionamos, nos reduzimos.

E descobrimos que nada nem ninguém nos trará de volta essa unidade. Nós é que nos encontramos conosco mesmos, ainda que esse movimento se faça no processo de amar outra pessoa.

Esse aprendizado não é fácil. É, muitas vezes, doloroso, mas é fundamental para o nosso processo de evolução.

E nesse processo ampliamos a nossa consciência do que significa estar para o outro, estar com o outro, sem nos perdermos de quem somos. É no encontro com nós mesmos que nos abrimos para o amor verdadeiro, vivido a partir de quem nós somos verdadeiramente, e não por necessidades.

É um trabalho, um processo, uma travessia… de libertação das carências, das obsessões, da possessividade, das dependências emocionais.

Uma travessia em direção a um tempo em que “o amor seja infinita paz a iluminar os corações”.

Beatriz Pragana

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