Este é o ano da Força. Os números nos levam até a décima primeira carta dos Arcanos Maiores do Tarot.
A imagem do arcano nos mostra uma mulher abrindo a boca de uma fera. Ou será que a está fechando?
Normalmente, se atribui à mulher a qualidade da virgem, e assim, a pureza. Uma pureza tão transcendental que é reconhecida pela fera. O animal não vê na virgem um perigo, mas uma força à qual deve se curvar e a quem reconhece como uma hierarquia iluminada.
A fera simboliza os instintos e o ego. As nossas lutas instintivas por desejos, que incluem o poder, o prazer e o controle. Contudo, o arcano fala de um abandono dessa luta por um propósito que tenha significado para todos. Por isso, também simboliza o fim de uma luta egoísta e individual.
Por um outro lado, a Força nos remete a embates, a cabos de guerra. Uma luta surda para saber quem tem a razão. Surda porque no fundo ninguém ouve nem é ouvido. E quem estiver na posição contrária, ainda que esteja apenas sentado à frente, será tratado como inimigo, invariavelmente.
A fera é uma representação do ego não lapidado, que consegue aliados – se utilizando de argumentações e sofismas, atraindo outras feras pelo desejo ou pelo medo, fazendo com que sirvam a seus desejos egoístas.
O ano pode estar marcado por infindáveis disputas de poder. Com grupos políticos e sociais buscando angariar mais força, lutando para ver quem reúne mais correligionários, quem movimenta mais a massa. Indo por essa via, 2018 sob a regência do Arcano da Força tenderá a um aumento dos conflitos.
Olhando pelo aspecto mais elevado do arcano, o ano pode ajudar a humanidade a dar uma guinada para o lado luminoso da força, se as feras (os egos) conseguirem se curvar ao bem da coletividade.
Paulo Dantas
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